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Previsões SEO 2024

2023 marcou a 27ª edição da peça “O SEO morreu”. ChatGPT e conteúdo gerado por IA, updates do Google e volatilidade extrema nos SERPs. O caos, e a previsão da chegada do SGE (Search Generative Experience) voltaram a criar a ideia que o SEO como o conhecemos está a morrer, e que se pode tornar desnecessário.

E com isso, os negócios e o marketing digital entraram numa nova era de indefinição estratégica. Vale a pena continuar a investir em conteúdos? Que retorno posso ter? Tenho hipóteses de rankear nas primeiras páginas do Google? Ainda faz sentido apostar na otimização SEO para o meu site?

Não é melhor simplesmente pagar ao Google, ao Bing e aos demais e simplesmente aparecer?

Previsões, Caos, Balbúrdia no Conteúdo – O que esperar do SEO em 2024

Podemos começar pela previsão mais óbvia, e talvez a mais impactante. O Google irá continuar a tentar guiar-nos para gastos cada vez mais significativos em adwords, sem nos dizer diretamente para gastar mais dinheiro em adwords. Vejamos por exemplo a questão do “Unhelpful Content”.

Caso o Google identifique páginas no nosso site que sejam consideradas como “Unhelpful Content” pode penalizar todo o nosso domínio nos resultados de pesquisas. A remoção desse conteúdo não útil pode ajudar os rankings de todo o restante conteúdo.

Então basta identificar que conteúdos são esses. E o Google, seguramente, nos ajuda a perceber que páginas são, certo?

Não, de todo.
“…then you should self-assess your content and fix or remove any that seems unhelpful…”

É como se fosse útil ao Google que um problema nos levasse, no subconsciente, a acreditar que precisamos de reforçar a nossa presença nos SERPs não vá o diabo tecer, e não vá a penalização ser permanente.

As nossas previsões para a balbúrdia SEO em 2024

1. Muitos Google Updates, e com impacto relevante.

Terá de o fazer. Como resposta a 2 fatores. O aumento exponencial de conteúdo criado por IA e a necessidade de apresentar conteúdos relevantes ao utilizador com a introdução do SGE, que irá alterar a experiência de pesquisa de forma significativa.

Search Generative Experience

Contramedida: Assumindo que o Google irá encorajar o UGC (User Generated Content), foque a sua estratégia de conteúdos em tópicos que demonstrem know-how e resolvam problemas. A melhor fonte? Os seus atuais leads e prospects.

2. Ecommerce será a zona de impacto mais profundo

Há que concorrer com a Amazon, e há que ajudar os utilizadores na sua jornada de compra. Com o SGE a alterar padrões de visualização e interação, é possível que parte das mudanças no algoritmo se foquem no ecommerce, e comecem a valorizar muito mais o schema markup e conteúdos informativos de alta qualidade e utilidade, sobretudo ao nível do produto e guias de utilização.

Contramedida: Não espere pelos updates. Inicie um processo de auditoria e melhoria progressiva da sua loja online, sobretudo nas páginas de produto. Com foco na experiência do utilizador e no schema markup.

3. Ascenção de formas alternativas de pesquisa

Bing, Tik Tok, Reddit, todos diferentes, mas todos iguais numa tendência crescente em 2023, e que se irá acentuar em 2024 com a introdução do SGE e a frustração crescente com os conteúdos gerados por IA. Essa tendência é o uso crescente de outras fontes de pesquisa, seja ela no tipo de motor de pesquisa, seja na busca pela opinião de outros.

Contramedida: Produza conteúdos verdadeiramente úteis. Testemunhos, casos de uso, casos de estudo, provas de credibilidade. Conteúdos que respondam a dúvidas e problemas reais. E não subestime fóruns, redes sociais e conteúdo de short vídeo.

4. Perda de relevância da pesquisa de keywords como fonte de produção de conteúdos

Válido para B2B, válido para B2C. O melhor conteúdo possível tem por base os dados que já possui (vamos assumir que tem um bom CRM ou processo de recolha de informação…). Os seus clientes, os seus leads, os pedidos que recebe. As equipas de vendas ou suporte já têm o diamante em bruto. Dúvidas, problemas, argumentos que convencem, medos e receios. São esses conteúdos, aliados ao conhecimento interno que podem produzir melhores resultados.

E se o meu negócio for uma startup sem dados? Coloque-se na pele de potencial cliente do seu serviço/produto, e veja que perguntas teria, onde iria procurar informação e como poderia ser convencido.

Criar conteúdos para B2B não é uma tarefa fácil, mas na realidade exige sempre a mesma base inicial. Tem de ser útil, tem de responder a problemas e tem de dar o máximo de respostas ao utilizador.

Google EEAT

O Google “quer” o famoso E-E-A-T (Experience – Expertise – Authoritativeness – Trustworthiness). E esses serão os principais indicadores de qualidade de conteúdo. Mais sobre o E-E-A-T aqui.

Contramedida: Se ainda não o faz, agrupe todas as informações de interações com os seus clientes e leads. Audite o seu conteúdo atual e encontre os gaps. Identifique o tópico/nicho onde a sua marca deveria não só ser top of mind, como ser a fonte de informação credível.

5. Adeus às métricas tradicionais

Talvez a previsão mais arriscada. Mas os KPIs tradicionais irão perder relevância, ou pelo menos ser complementados por métricas mais específicas. É bem possível que um utilizador passe mais tempo no Google que dentro de websites. Por isso, taxas de conversão de contacto para deal, de visita para contacto, de lead para cliente, etc., farão parte da avaliação da eficácia do tráfego orgânico.

Rankings de keywords, CTR’s continuarão a fazer parte do quotidiano SEO. Mas será sempre em conjunto com outras métricas qualitativas. Que além das taxas de conversão e geração de leads terão de ter em conta métricas de experiência do utilizador. Interação, permanência no site, navegação, etc..

Contramedida: Se ainda não o fez, configure o seu GA4 de forma a medir conversões, monitorizar funis e caminhos na jornada do utilizador. E use ferramentas como o Clarity e Hotjar, para seguir comportamentos e identificar pontos de atrito no site.

6. Tudo muda, tudo fica igual

SEO on Page, bom conteúdo, SEO técnico, linkbuilding, SEO off Page. Nada perderá importância. O paradigma mudará, não mudando o paradigma. Ou seja, a grande mudança no SEO é que o nível de conhecimento técnico, o nível de envolvimento com o negócio e conhecimento do digital será muito mais alto.

Será necessário “ganhar” ao conteúdo fácil e rápido da IA. Será necessário olhar para os websites em todas as suas componentes. E acrescentar a camada mais relevante de todas, que é a de compreender os utilizadores, os potenciais compradores das soluções que tentamos promover. E o negócio que promovemos.

Contramedida: Invista em conhecimento. Crie ligações com outros profissionais de SEO. Não confie em gurus com fórmulas universais e gráficos milagrosos de 3000% de crescimento em 60 dias. Procure a partilha de falhanços. E não receie de auditar o seu site e ouvir vozes externas.

7. Satisfação. Satisfação. Satisfação

Alguns dos pontos anteriores já o referiam. A satisfação do utilizador, e como os sinais de satisfação do utilizador serão relevantes para os rankings no Google, e outros motores de pesquisa. Já há alguns anos que a keyword intent (a intenção por detrás de uma pesquisa) está categorizada. Mas mais relevante que criar conteúdo que case bem com essa intenção, é criar conteúdo que envolva o utilizador. O guie e ajude. E isto é válido para qualquer tipo de página. Cada página no site conta, e num cenário onde o Google indexa cada vez menos páginas e de forma mais lenta, é fundamental que em cada página trabalhemos o conteúdo para obter esses sinais de satisfação.

E não, não basta construir Page Titles e Meta Descriptions apelativas. Além do Google cada vez mais reescrever esses elementos, o CTR é apenas uma parte da viagem. A parte mais importante está no passo seguinte. E o que tem isto a ver com SEO? Bom, essa é a previsão mais clara para 2024, quem trabalha em SEO tem de estar diretamente ligado a tudo o que é criado, organizado e estruturado num website.

Contramedida: Já o falamos no ponto 5. O uso de ferramentas de análise como o Microsoft Clarity (gratuito) pode ajudar a compreender potenciais pontos de atrito no seu site, e identificar obstáculos e frustrações do utilizador. Seja via heatmaps, gravações ou análise de conversões. Crie inquéritos de feedback, e recorra sempre que possível a olhos externos.

Notas Finais

Menos pesquisa de keywords e mais pesquisa orientada por tópicos e semântica. Mais velocidade de reação, e capacidade de antecipação. E mais, muito mais atenção ao SEO técnico.

Pode parecer um contrassenso que muito do que tenhamos de fazer é desvalorizado nos principais podcasts, blogs e publicações Google. Mas os dados não mentem, e temos cada vez mais websites com perdas orgânicas sem “explicação” e grande volatilidade nos SERPs, sobretudo em sites com muitos conteúdos e urls, e websites com conteúdos “sensíveis” como na área da saúde.

O SEO não só não morreu, como se está a transformar num monstro, muito complicado de controlar.

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